O Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt (IIRGD) do estado de São Paulo divulgou, em uma coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (15), que a posição dos corpos das vítimas do acidente aéreo da Voepass sugere que muitos passageiros podem ter sido alertados sobre a queda iminente. De acordo com Mauricio Freire, diretor do instituto, a maioria das vítimas estava em uma posição conhecida como “brace”, com a cabeça entre os joelhos e as pernas abraçadas. Essa postura é recomendada durante voos para minimizar os impactos em casos de aterrisagens forçadas. Freire mencionou que as mãos das vítimas estavam fechadas, o que pode indicar um possível alerta por parte da tripulação ou uma percepção dos passageiros sobre a situação crítica do voo.
A preservação das mãos das vítimas também foi um fator que colaborou para a identificação mais rápida dos corpos. O processo de reconhecimento foi realizado através de impressões digitais, análise de arcadas dentárias e características especiais de cada indivíduo, como tatuagens. Surpreendentemente, não foi necessário recorrer ao uso de exames de DNA, pois outros métodos utilizados se mostraram eficazes para garantir a precisão na identificação das vítimas. A colaboração de oito estados brasileiros, que forneceram informações de parte das vítimas à força-tarefa em São Paulo, foi fundamental para o sucesso do processo. Na ocasião da coletiva, 40 dos 62 corpos já haviam sido identificados, sendo a maioria dos passageiros proveniente de Cascavel, no Paraná.
O acidente aéreo ocorreu em um condomínio no bairro Capela, em Vinhedo, interior de São Paulo, envolvendo um avião bimotor de passageiros modelo ATR-72, que partiu de Cascavel (PR) com destino a Guarulhos, na Grande São Paulo. A tragédia resultou na morte de 58 passageiros e 4 tripulantes. A Polícia-Técnico Científica de São Paulo afirmou que todas as 62 pessoas a bordo do avião faleceram de politraumatismo causado pelo impacto da queda, conforme declarado em segunda-feira (12).
A Polícia Federal utilizou um scanner 3D, uma tecnologia de ponta, para agilizar a localização dos corpos no local do acidente. O porta-voz do Corpo de Bombeiros, Maycon Cristo, explicou que foi realizado um processo minucioso de perícia na aeronave, seguido pela remoção de partes nos locais de difícil acesso. Todo o material coletado, incluindo documentos, aparelhos celulares e posicionamento dos corpos na aeronave, foi fundamental para auxiliar no processo de identificação. Os corpos foram posteriormente levados ao IML de São Paulo para conclusão dos procedimentos de reconhecimento, com base em todas as evidências coletadas durante a operação de resgate.