Uma triste descoberta chocou Guaíba, na Região Metropolitana de Porto Alegre, nesta sexta-feira (9). Uma menina de nove anos, identificada como Kerollyn Souza Ferreira, foi encontrada sem vida dentro de um contêiner de lixo.
A principal suspeita do crime é a própria mãe da criança. Até o momento, não foram identificados sinais de violência aparente no corpo de Kerollyn, mas um laudo de necropsia será realizado para determinar a causa da morte.
De acordo com relatos de vizinhos, a menina residia nas proximidades do local onde foi encontrada. A polícia foi acionada e direcionou sua investigação à residência da família.
Os agentes ficaram desconfiados do comportamento de Carla Carolina Abreu Souza, mãe de Kerollyn, que alegou que a filha não havia retornado para casa na noite anterior. O pai da menina, que reside em Santa Catarina, revelou em entrevista à TV Globo que desconhecia a situação precária em que a filha se encontrava. Ele procurou intervir algumas vezes para levar a criança para morar com ele, porém a mãe sempre se recusou.
Com a decretação da prisão temporária de Carla por 30 dias, a polícia está investigando a possibilidade de tortura e homicídio qualificado. O promotor Fernando Sgarbossa mencionou a existência de um conflito intenso entre mãe e filha, que resultou em um desfecho trágico.
Depoimentos colhidos indicaram que a mãe submetia Kerollyn a condições de intenso sofrimento físico e emocional, caracterizando casos de negligência, abandono e tortura. O juiz João Carlos Leal Júnior considerou a prisão temporária como medida necessária para a continuidade das investigações sobre o homicídio em questão.
Durante seu depoimento, a mãe admitiu ter dado um medicamento controlado à filha e, ao perceber seu desaparecimento, voltou a dormir. Os policiais relataram que Carla não demonstrou surpresa ao descobrir o paradeiro do corpo da criança e não exibiu tristeza, chegando a ficar irritada por ser suspeita do crime.
O delegado Fernando Sodré revelou que a menina vivia em situação de abandono, frequentemente dormindo em um carro abandonado próximo de sua casa e escola.
O Conselho Tutelar local informou que acompanhava o caso de Kerollyn devido a denúncias de violação de direitos. A polícia continuará ouvindo testemunhas e analisando imagens de câmeras de segurança da região no decorrer das investigações.