A atriz Juliana Paes participou do videocast “Conversa vai, conversa vem” nesta quinta-feira, onde compartilhou uma situação traumática que enfrentou durante a adolescência. Juliana revelou ter sido vítima de abuso sexual e fez uma conexão com sua personagem Liana na série “Pedaço de Mim”, da Netflix, que também passa por um processo semelhante. Segundo a artista, o trabalho na trama escrita por Ângela Chaves foi um gatilho para revisitar questões do passado, trazendo à tona sentimentos há muito guardados.
Durante a conversa com a jornalista Maria Fortuna, Juliana destacou a importância de trazer à tona experiências desafiadoras como essa. Ela compartilhou que é comum as mulheres passarem por situações de violência, sejam elas mais sutis ou mais intensas. A atriz descreveu a sensação de querer desaparecer após o abuso, e o processo de anulação que tentava aplicar a si mesma como forma de lidar com aquela dor.
Juliana ressaltou que é fundamental abordar temas delicados como o abuso sexual de maneira sensível e com empatia. Muitas vezes, as obras que retratam essas situações não conseguem transmitir fielmente a perspectiva da vítima, focando mais nos aspectos legais e investigativos. A artista enfatizou a importância de compreender o impacto psicológico e emocional dessa experiência nas vítimas, destacando como a confiança quebrada e a culpa internalizada são fatores complexos a serem trabalhados ao longo do tempo.
A atriz ainda abordou o processo de superação do abuso sexual, mencionando o tempo necessário para reconstruir a confiança e lidar com as memórias dolorosas. Juliana explicou que a mente tende a se defender, muitas vezes colorindo as lembranças de formas diferentes para mitigar a dor do trauma. Para ela, o processo de aceitar e enfrentar a realidade do abuso foi gradual e desafiador, mas crucial para sua jornada de cura e reconstrução.
A sinceridade e coragem de Juliana Paes ao expor sua experiência pessoal com o abuso sexual servem não apenas como forma de empoderamento próprio, mas também como um convite à reflexão e empatia para com aqueles que enfrentam situações semelhantes. Sua narrativa destaca a complexidade emocional e psicológica envolvida no processo de recuperação e ressalta a importância de dar voz e visibilidade às vítimas, construindo assim uma sociedade mais compassiva e solidária.