Após um incrível espetáculo no ano anterior, o Criança Esperança 2024, transmitido na noite de quarta-feira, 09/10, foi caracterizado por uma produção que deixou a desejar, sem brilho e sem emoção. Sob a condução de Marcos Mion, a atração assemelhou-se a uma extensão do programa “Caldeirão”, com o intuito principal de sensibilizar o público por meio de vídeos institucionais e discursos sobre doações. O evento careceu de jovialidade, glamour, diversão e encanto. Os investimentos para a realização do show deste ano. Atendendo a uma solicitação da alta administração da emissora, o espetáculo precisou passar por cortes de custos, diminuição de escala, mudanças na direção e retorno a um formato mais simplista que vinha predominando nas últimas edições do evento.
Os gestores do canal identificaram uma discrepância em investir quantias vultuosas em um evento cujo propósito é arrecadar recursos para instituições beneficiadas pelo Criança Esperança. O problema é que a edição deste ano se ressentiu da falta de dinamismo, com boa parte das apresentações pré-gravadas, sem interações ao vivo, alternando com intervenções de Mion e alguns artistas no estúdio. As performances foram registradas duas semanas antes, enquanto Marcos Mion simulava estar assistindo ao vivo para transmitir a sensação de imediatismo ao telespectador. Uma abordagem estranha e datada. A fim de evitar críticas e controlar possíveis repercussões negativas nas redes sociais, a emissora repensou a magnitude do evento, apesar do enorme sucesso da edição de 2023. No ano anterior, o canal reuniu Xuxa, Angélica e Eliana no mesmo palco em prol do projeto, um momento ainda lembrado pelos espectadores. Nas décadas de 90, o Criança Esperança era sinônimo de shows grandiosos, colaborações memoráveis e participações especiais. O programa se estendia por horas, atraindo uma ampla audiência. Embora reconheçamos que os tempos são outros, atualmente, em uma era em que o público se mostra nostálgico em relação à televisão, parece ter sido um equívoco da emissora modificar um formato que havia sido tão bem recebido em 2024. Reduzir custos nesse contexto talvez não tenha sido a opção mais acertada.