Novas informações sobre o julgamento do francês Dominique Pélicot, acusado de drogar sua esposa, Gisèle, por uma década para que estranhos a estuprassem, continuam a surgir, revelando aspectos perturbadores sobre a personalidade do homem. Especialistas que analisaram o caso traçaram um perfil complexo de Dominique, descrevendo-o como alguém de “duas caras”, um “manipulador perverso” e consumido por “fantasias obsessivas”. Segundo o psiquiatra Paul Bensussan, o acusado conseguia aparentar ser um “marido, pai e avô honrado, e um amigo querido”, ao mesmo tempo em que possuía uma faceta de “muitas mentiras”.
A psicóloga Marianne Douteau complementou a análise, destacando que a personalidade de Dominique é ambígua, onde ele é visto como um patriarca confiável por alguns, mas também recorre a mentiras e segredos para manipular os outros. A questão da sexualidade do réu também foi abordada, com relatos de comportamentos sexualmente inapropriados e uma tendência ao voyeurismo e exibicionismo, que refletiam sua necessidade de controle e egocentrismo.
Houve divergências entre os especialistas sobre as possíveis causas por trás das ações de Dominique. Enquanto alguns apontavam fatores como a aposentadoria e mudanças na vida do casal como possíveis influências, outros insistiram que não havia evidências de patologias ou anomalias mentais no acusado. A complexidade da psique humana foi ressaltada, com destaque para a ideia de que atos extraordinários podem ser realizados por pessoas aparentemente comuns, conforme mencionado pelo psiquiatra Laurent Layet.
Dominique Pélicot assumiu os terríveis crimes de drogar sua esposa e permitir que outros a estuprassem. Os relatos sobre como ele conduzia as situações, instruindo os homens a se comportarem de determinada maneira durante os abusos, evidenciam não apenas a violência dos atos, mas também a frieza e crueldade do réu. Este caso chocante continua a despertar repúdio e indignação, à medida que mais detalhes perturbadores vêm à tona durante o julgamento do acusado.