O ex-piloto Antonio Maranhão Calmon concedeu uma entrevista ao portal UOL nesta quarta-feira (24/7) onde relatou sua batalha em busca de um diagnóstico preciso para a doença ataxia de Friedreich, conhecida como “morte em vida”. Ele detalhou como é sua rotina enfrentando essa condição rara. Segundo o brasiliense, os primeiros sinais da doença surgiram na infância, mas foi na fase adulta, aos 37 anos, que ela se manifestou de forma mais intensa, após diversos diagnósticos equivocados.
A ataxia de Friedreich provoca a degeneração progressiva de regiões do sistema nervoso central, afetando a parte neuromuscular. Antonio contou que os primeiros indícios de que algo estava errado surgiram aos 10 anos de idade. Ele relembra que tinha dificuldade para andar em linha reta e não era tão ágil quanto os demais ao brincar com os amigos na rua. Apesar de ninguém associar esses sintomas a uma doença na época, com o tempo se tornaram mais evidentes.
Apesar das dificuldades ao longo de sua trajetória, Antonio conseguiu realizar seu sonho de se tornar piloto de avião. No entanto, problemas de saúde interromperam essa carreira promissora. Em um momento delicado, aos 25 anos, ele perdeu sua carteira de piloto devido a uma arritmia cardíaca diagnosticada durante uma avaliação médica anual. Mesmo após provar que não havia problema cardíaco, a ataxia de Friedreich começou a impactar sua vida profissional uma década mais tarde.
Após ter sua rotina afetada pelos sintomas da doença, Antonio teve que se afastar do trabalho e se dedicar a compreender seu diagnóstico. A voz arrastada, uma das características da ataxia, gerava mal-entendidos com passageiros e colegas, que o acusavam de embriaguez. A situação tornou-se ainda mais complicada por ele estar numa posição de liderança, responsável pela segurança de centenas de pessoas em cada voo.
Hoje, aos 38 anos e aposentado, Antonio vive em Portugal com sua namorada, que também enfrenta a mesma doença. Ele descreve a ataxia de Friedreich como uma “morte em vida”, uma vez que afeta o corpo de forma progressiva, mas não atinge o lado cognitivo. O ex-piloto revelou sentir fadiga intensa, perda de equilíbrio e coordenação motora fina, além de ter dificuldades para se movimentar. Atualmente, ele busca tratamentos nos Estados Unidos para tentar melhorar sua condição.