A Globo não ficou contente ao tomar conhecimento, através da imprensa, de que o lendário autor Manoel Carlos seria tema de um documentário independente no Youtube, produzido por sua filha Julia Almeida. O projeto estreou na última segunda-feira, 17/09, criando um grande desconforto na emissora, principalmente na equipe do programa Tributo, que se encarrega de homenagear personalidades importantes da TV. No ano anterior, a Globo realizou um episódio especial do Tributo em homenagem a Maneco, porém não pôde contar com a participação do autor. Na ocasião, Julia declarou que a Globo não havia procurado Maneco para qualquer gravação, o que gerou agitação na produção, que considerou a afirmação como falsa.
Por sua vez, a emissora, em comunicado oficial, contestou a atriz, afirmando que “o autor foi convidado a participar do episódio, assim como todos os homenageados do projeto Tributo são sempre convidados a dar depoimentos”. Questionada, a assessoria da Boa Palavra reiterou que ninguém foi procurado para falar sobre o Tributo e que a família só teve conhecimento da homenagem quando ela já estava disponível no Globoplay. Fontes próximas revelam que a esposa e a filha de Maneco declinaram do convite para a entrevista, alegando que a Globo dispunha de vasto material em vídeo e que o autor enfrentava problemas de saúde, como o Parkinson, aos 91 anos.
Em nenhum momento foi comunicado que não havia interesse em participar do Tributo devido à produção de um documentário em andamento. Logo depois, Julia Almeida, por meio do perfil de sua produtora Boa Palavra, iniciou o desenvolvimento do projeto da série documental intitulada O Leblon de Manoel Carlos. A Globo interpretou a atitude da família do autor como uma forma de evitar a participação de Maneco no Tributo, visando não reduzir a importância do documentário para o Youtube, o que gerou um clima de tensão. Benedito Ruy Barbosa foi outro que recusou o convite para o Tributo, porém de forma transparente. A filha do novelista, Edmara Barbosa, informou à emissora que estava planejando um documentário sobre a vida de seu pai e poderia contar com todo o acervo da Globo para o projeto, uma postura que se esperava que a família de Manoel Carlos também tivesse adotado.
