A arbitragem no futebol brasileiro tem sido alvo de controvérsias há um bom tempo e o empresário John Textor, um dos principais críticos desse cenário, voltou a tecer duras críticas aos árbitros e à Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Em um post nas redes sociais, o proprietário do Botafogo compartilhou um vídeo no qual Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, reclamava da não aplicação de um cartão vermelho para Erick Pulgar, jogador do Flamengo, e não poupou críticas ao VAR, chamando-o de “ridículo” e conclamando os clubes a “formarem uma liga”.
Abel Ferreira, no vídeo compartilhado por Textor, menciona a expulsão de Gregore, do Botafogo, em um jogo da Copa do Brasil contra o Bahia na semana anterior. O treinador do Palmeiras considerou a expulsão de Gregore, uma infração “menos grave” do que a cometida por Erick Pulgar, o que gerou sua indignação e a de John Textor. A publicação fez uma comparação entre as situações de Gregore e Pulgar. No lance que resultou na expulsão do jogador do Botafogo, o árbitro interpretou que o volante atingiu o rosto de Santiago Arias em disputa pelo alto. Enquanto Pulgar, por sua vez, recebeu apenas um cartão amarelo e a análise do VAR não foi divulgada pela CBF.
Abel Ferreira questionou a disparidade de critérios entre as decisões arbitrais, expondo sua incompreensão em relação à diferença de tratamento nos casos em questão. O clima de tensão entre John Textor e a CBF já vinha se arrastando desde o dia 1º de novembro do ano passado, quando o americano invadiu o campo após uma derrota do Botafogo para o Palmeiras e declarou em uma entrevista que a entidade máxima do futebol brasileiro estava envolvida em corrupção e “roubo”, exigindo inclusive a saída do presidente Ednaldo Rodrigues. Como consequência, o dirigente da CBF abriu um processo por calúnia contra o gestor do Botafogo.
Desde então, Textor não havia amenizado suas críticas e chegou a insinuar envolvimento de jogadores, árbitros e até do Palmeiras em possíveis esquemas de manipulação de resultados, embora não tenha apresentado provas concretas dessa acusação. No confronto entre Botafogo e Palmeiras em 17 de julho, alguns torcedores alvinegros ultrapassaram os limites ao fazer provocações, pendurando próximos ao estádio bonecos “enforcados” com as imagens de Leila Pereira, presidente do clube paulista, e Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF.
Em uma entrevista posterior, John Textor buscou acalmar os ânimos pedindo desculpas aos gestores envolvidos, porém manteve suas críticas contundentes em relação à arbitragem e à CBF. O empresário americano mostrou-se determinado em seu propósito de lutar por uma mudança estrutural no cenário do futebol brasileiro, enfatizando a necessidade de maior transparência e imparcialidade nas decisões que envolvem o esporte mais popular do país.