Há três meses, uma comissária de bordo da Voepass enviou um e-mail à chefia da companhia aérea para relatar a situação insalubre a qual ela e seus colegas eram submetidos nos voos. No documento que a reportagem do portal LeoDias teve acesso, uma denúncia que lista uma série de precariedades nas aeronaves e o apelo por condições melhores de trabalho chamam a atenção.
“Está uma situação insustentável, perigosa e de risco de acidente”, informa a profissional no texto encaminhado à administração em 24 de maio. “O PDS não tem condições de estar voando, mesmo sendo liberado pela MEL. No voo de hoje, teve atraso gerado por questões de segurança”, relatou ela sobre uma ocasião em que mais de 90kg de bagagem foram retirados, pois o avião apresentava restrições. A funcionária disse que haviam barulhos de arrasto no trem de pouso do avião. “E se o trem resolver recolher e não baixar mais? Tudo é um risco. É uma máquina […] A porta principal está com vazamento causando saída de ar, gerando dor no ouvido”, continuou ela no e-mail.
Tripulação sem refeição “Hoje voamos sem refeição e sem serviço de bordo na volta”, contou ela no e-mail que não teve retorno da administração. Segundo a mesma, a falta de abastecimento com alimentos se deu porque os fornecedores não estavam atuando por falta de pagamento. “Estamos sem itens o suficiente para serviço de bordo. O episódio que causou confusão dentro da aeronave”. A comissária ainda alertou para uma situação em que o embarque de passageiros foi realizado sem que o avião estivesse energizado. “Uma situação super desumana com os passageiros”, pontuou.
“As situações que estão acontecendo não são de hoje. Os mecânicos não têm material para trabalhar, não têm peças. Os comissários, em sua maioria, estão com medo de voar pelas condições da aeronave […] Me sinto em uma roleta russa, infelizmente, a gente vai voar e não sabe se volta. Uma frase que jamais pensei que usaria. Mas assim que nos sentimos!”, destacou ela.
