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segunda-feira, 23/12/2024
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Análise: Programa humorístico de Regina Casé divide opiniões

Demorei para tecer minhas considerações sobre o recém-lançado humorístico, pois, infelizmente, a notícia não é das melhores: o Tô Nessa!, que estreou no último domingo (13/10), não conseguiu arrancar sequer um riso desta colunista que agora vos escreve. Em seus cerca de trinta minutos no ar, o programa deixou a desejar e não conseguiu cativar com suas piadas. E antes que apontem o dedo para mim, já vou adiantando que não se trata de mau humor de minha parte, simplesmente a atração não está conseguindo atender às expectativas. Regina Casé, mais uma vez, interpreta o papel que a caracteriza: uma mulher suburbana, de classes menos privilegiadas, envolvida com os problemas do dia a dia e tentando lidar com as contas a pagar. Dessa vez, porém, sem o carisma de Dona Lurdes da série Amor de Mãe (2019). No episódio de estreia de Tô Nessa!, sua personagem Mirinda tem a ideia de alugar o próprio quarto para conseguir consertar a geladeira que parou de funcionar.

O que se viu na tela foi um desfile de situações constrangedoras, com um roteiro sem graça e desconexo. Será que alguém realmente achou divertido ver Mirinda improvisando um ar-condicionado com garrafas pet e um ventilador? O “humorístico” parece ter saído de décadas passadas, de uma daquelas emissoras que já não existem mais. Mesmo a plateia convidada não conseguiu se contagiar com risadas genuínas, e a claque se fez presente para preencher as lacunas de humor do programa. Aliás, esse artifício tão característico dos anos 90 confere um ar antiquado ao Tô Nessa!, o que chega a ser difícil de explicar. Luana Martau, Heslaine Vieira e Valentina Bandeira desempenharam bem seus papéis, assim como Regina Casé, que sempre se destaca ao interpretar uma versão caricata de si mesma, porém, sem surpreender aqueles que já estão familiarizados com sua persona.

No contexto de 2024, fica a indagação se é admissível permitir a transmissão de um programa que se apresenta dessa forma. É desafiador acreditar que um profissional de uma emissora renomada tenha assistido ao episódio piloto e tenha concluído: “Isso está incrível, será um sucesso”. Quem aprovou um projeto tão desacertado provavelmente tem uma inclinação pelo humor datado de Tina Pepper. Só pode ser.

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