O presidente do Bahia causou burburinho nas redes sociais ao compartilhar uma foto ao lado de seu namorado. A imagem chamou a atenção e despertou a coragem de Emerson Ferretti, ex-goleiro do Flamengo, que decidiu abrir o coração sobre as dificuldades que enfrentou ao longo de sua carreira profissional. Ferretti, que é gay, revelou ter vivido uma intensa luta em um ambiente onde a homossexualidade ainda é tabu, sendo forçado a fazer escolhas difíceis para se manter firme no universo futebolístico.
Em uma entrevista para a TVE Bahia, veiculada no YouTube, o ex-jogador explicou que optou por inventar histórias fictícias como forma de “sobrevivência”. Ele chegou a simular um noivado para se esquivar de questionamentos pessoais vindos de colegas de equipe e torcedores por onde passou. Dessa forma, ele conseguiu manter longe dos holofotes uma parte importante de sua identidade, enfrentando um isolamento emocional desde a adolescência.
A solidão foi uma constante na vida de Ferretti, que desde cedo percebeu e aceitou sua sexualidade sem poder compartilhar isso com ninguém, nem mesmo com sua família e amigos mais próximos, tampouco no ambiente futebolístico. O medo da homofobia e a necessidade de preservar sua carreira levaram o ex-goleiro a manter em segredo sua orientação sexual por muitos anos. Ele enfatizou o peso de ter que construir um personagem para se adequar ao meio em que atuava.
Atualmente, o presidente do Bahia vive um relacionamento com o bailarino e jornalista Jordan Dafner, iniciado neste ano. A presença do casal em uma partida do clube no último domingo chamou atenção novamente para a temática da homossexualidade no futebol. Emerson Ferretti destacou a importância de trazer à tona essa questão, evidenciando que, embora tenha sido um dos poucos a se posicionar publicamente, não é o único a enfrentar essa realidade. Para ele, a necessidade de construir uma persona fictícia para sobreviver no meio esportivo é dolorosa e desgastante.
